A série Poetamenos está, intersemioticamente, através do serialismo de Anton von Webern, relacionada ao “fim do ciclo histórico do verso” e ao resultado de uma “linha evolutiva formal” preconizada pelos concretistas.

É claro que também está associada aos desenvolvimentos da escola Escola de Ulm, aos experimentos de Max Bill, e do neoplasticismo de Mondrian.
Mas há, na relação com o serialismo de Webern, um componente adicional que Gonzalo Aguilar chama de “fetiche da técnica”, mais “orgânica” no caso da música — os ensaios concretistas “estão sempre organizados em torno de uma revisão das técnicas e procedimentos” (AGUILAR, 2005, p. 180). Poetamenos também pode ser descrito como um ícone do uso das cores-timbres, que corresponde ao uso do timbre que Adorno relaciona à obra de Webern, da mudança de timbres na sequência melódica, fragmentando a melodia.
João Queiroz, Marta Castello-Branco, Ana Fernandes
AGUILAR, Gonzalo. Poesia concreta brasileira: as vanguardas na encruzilhada modernista. São Paulo: Edusp, 2005.